domingo, 17 de fevereiro de 2008

História do Badminton




Nas origens do Badminton pensa-se que estão ligadas três zonas distintas do mundo: Ásia, América Central e Europa, havendo mesmo quem defenda a sua existência há milénios. Na China foram encontrados vasos de cerâmica do ano de 3500 a.C. com desenhos de uma rapariga com uma bola com penas, um objecto semelhante a um tamborim.
Na América Central, a civilização dos Aztecas praticavam um jogo com uma bola adornada de belas e ondulantes penas coloridas, aparecendo estes desenhos no interior dos seus templos. Quando os portugueses desembarcaram no Brasil, a tribo dos Curumins, divertiam-se com um objecto semelhante ao volante.
Na Grécia existia um jogo chamado "Tamborete e Peteca" (Battledore e Schuttlecock) que era jogado por adultos e crianças. O objectivo do jogo era rebater uma peteca com tacos, evitando-se que a mesma caísse no chão.
Chardin pintou um quadro que ficou célebre, “A menina do Volante”.

Contudo, não existe a certeza de como esses jogos se transformaram no Badminton.
Actualmente, julga-se que o jogo da “Poona”, de origem indiana é trazido para a Europa pelos oficiais ingleses, por volta do ano de 1800. É conhecido que, por volta de 1860, as filhas do duque de Beaufort jogavam no grande salão de Badminton House, moradia da família Somerset, no condado de Gloucestershire, em Inglaterra, tendo acrescentado uma pequena variante: atavam uma corda desde a porta até à lareira, usando raquetes de ténis, tentando manter o volante o mais tempo possível em jogo de uma para a outra por cima da corda.
Sendo que provavelmente os hóspedes da casa, incluindo alguns oficiais do exercito britânico na Índia, se juntassem à brincadeira, pouco tempo terá passado até que alguém sugerisse que seria muito mais divertido se o volante fosse batido noutra direcção que não a do outro jogador que se encontrava do outro lado da corda.
Esse alguém é possível que possa ter sido J.L.Baldwin, um conhecido desportista e visita frequente de Badminton House, grande adepto do aperfeiçoamento de regras de jogos e passatempos. Os mais românticos dizem que a modalidade apareceu realmente na já referida propriedade, por ocasião da recepção aos oficiais ingleses, que regressavam da Índia, num momento de convívio, alguns deles decidiram fixar penas numa rolha de champanhe e recrear o jogo indiano “Poona”.
Foi no entanto na Índia que o jogo se transformou num desporto competitivo e que no ano de 1870 passou a ter a designação de Badminton, onde o coronel H.O.Selby esboçou um código de jogo que foi aceite por consentimento generalizado naquela parte do mundo.
Nos finais da década de 70 inícios de 1880, formaram-se em Inglaterra alguns clubes, inicialmente em lugares como Folkestone e Portsmouth, onde havia uma forte presença militar e assim veio a ser conhecido espalhando-se por todo país. Foi através da competição que se foi evoluindo e desde logo os clubes tentaram impor as suas
capacidades. Mas ainda não havia regras geralmente aceites, aquelas esboçadas pelo coronel Selby não eram ainda conhecidas pelos recentes clubes.
Não havendo manufactura de volantes nesses dias, os jogadores faziam os seus próprios volantes com o material que tinham à disposição, e muitas e variadas eram as formas e tamanhos assim como o número de penas que continham. Nalguns casos o jogo era jogado com bolas feitas de tiras de lã enroladas, não havia dimensões reconhecidas do campo, e normalmente utilizava-se o espaço disponível.
Os jogos de singulares eram virtualmente desconhecidos, sendo popular cada parte jogar o maior número possível de jogadores. Não existia também um sistema de pontuação geralmente aceite, nem definição do que consistia o jogo. Nestas circunstâncias era difícil organizar competições interclubes, e foi assim que, em 1883, cerca de meia dúzia de clubes se reuniram e formaram uma estrutura associativa sobre a presidência do coronel S.M.C.Dolby – Associação Nacional de Badminton (Badminton Association of England), que todos reconheciam como autoridade em todos os assuntos relacionados com a prática de Badminton. Isto funcionou satisfatoriamente, mas quando a modalidade se expandiu à Irlanda, Escócia, País de Gales e ao continente, esses países formaram as suas associações nacionais, no início preparadas para observar a autoridade da associação inglesa, o jogo tornou-se mais popular espalhando-se pelo mundo, e inevitavelmente cresceu o desejo dos países se defrontarem. Surge então a verdadeira necessidade de uma estrutura internacional, a associação inglesa organizou um encontro de todas as Associações Nacionais de Badminton conhecidas, com o propósito de fundar a Federação Internacional de Badminton (International Badminton Federation), este facto torna-se real em 1934, inicialmente com nove filiados, Inglaterra, Irlanda, Escócia, Gales, Canadá, França, Dinamarca, Holanda e Nova Zelândia, a partir daqui nunca mais parou de crescer, actualmente fazem parte 160 países. O trabalho desta estrutura modificou esses tempos de amadorismo, e como guardiã das Leis do Badminton as suas responsabilidades expandiram-se de maneira a abarcar todos os aspectos do jogo. Para nomear algumas dessas responsabilidades, cita-se a coordenação de torneios nacionais, internacionais, campeonatos do mundo, supervisionar a fabricação adequada de volantes, raquetes e outros materiais, publicidade, regulamentação e todas as situações relacionadas com a modalidade.


Um conselho internacional constituído por 28 pessoas, eleitas por todas as associações (agora federações) nacionais, cujos delegados dirigem a Federação, supervisionam o trabalho federativo realizado por um pequeno staff profissional de seis pessoas localizadas em Cheltenham, em Gloucestershire, local onde tudo começou.
Quando os Campeonatos de Equipas Masculinas (Thomas Cup) se realizaram, pela primeira vez, em finais dos anos 40, a Malásia provou ser a nação mais apta e continuou a manter o trofeu por mais duas edições. Depois foi a vez da Indonésia mudar o quadro da situação, o que fizeram virtualmente durante 20 anos, somente na época de 1966/67 a Malásia voltou a vencer. Nos anos 80 a República popular da China veio à cena e rapidamente arrecadou o cobiçado trofeu, para ser entregue apenas em 1984 por pequena margem à Indonésia. Durante todo este tempo a poderosa equipa dinamarquesa tem vindo a chegar-se perto do sucesso, tanto que se pensa que a sua vez de o conquistar está próxima.

Quanto aos Campeonatos de Equipas femininas (Uber Cup) começaram pelos Estados Unidos vencerem os primeiros três campeonatos, após o que o Japão, a partir de meio dos anos 60 até 1980/81 – excepção feita de 1974/75 em que ganhou a Indonésia - , se sagrou sempre vencedor. Depois, em 1984, a grande habilidade e perseverança das jogadoras chinesas tem prevalecido.
Em Portugal existem registos da prática da modalidade desde 1895, na Figueira da Foz, ano em que foi oferecido um par de raquetes ao escritor Prof.Dr. João de Barros, segundo relato de Henrique Pinto. Em 1924, na Ilha da Madeira, através de cidadãos ingleses residentes nesse local, em 24 de Julho, organizou-se um encontro, na Quinta Gertrudes (Vale Formoso – Funchal), entre as equipas “Azul” e “Branco” disputando uma taça de prata. A equipa vencedora foi a “Branco”, em que fizeram parte os seguintes elementos: Eng. Luís Peter Clode, Srª Portugal da Silveira, Maria Helena Ferreira de Andrade, Maria Ernestina Jardim, José de Santa Clara Gomes, entre outros.
Em Lisboa, 1926, no Triângulo Vermelho Português, existiam campos de Badminton marcados e alguns sócios realizavam jogos de badminton, entre eles o Eng. Osterlande e suas filhas.
Mas foi com Sr. Henrique Pinto, por volta de 1953, este gerente da Livraria Portugal, que aos fins-de-semana jogava com os seus empregados e amigos na sua casa em Agualva, Cacém, que a divulgação da modalidade foi feita em vários pontos do país. A 19 de Fevereiro de 1954, Henrique Pinto remeteu a todos os clubes uma circular de forma a realizar-se uma reunião (realizada a 10 Março de 1954) para estabelecer as bases para uma futura direcção da Federação Portuguesa de Badminton. A 1 de Julho de 1954 foi criada a Federação Portuguesa de Badminton cujo primeiro presidente foi o próprio Henrique Pinto. O primeiro torneio foi organizado pelo Lisboa Ginásio Clube.
É gratificante que tanto empenho tenha sido premiado pelo reconhecimento olímpico, tendo o Badminton sido modalidade de exibição/demonstração nos jogos olímpicos de 1972 em Munique, depois de um interregno de 16 anos voltou aos jogos novamente na condição de exibição/demonstração nos jogos olímpicos de 1988 em Seul e como modalidade oficial a partir dos jogos olímpicos de 1992 em Barcelona. Nos jogos de Atlanta 1996, onde pela primeira vez foi incluída a variante de pares mistos, estes jogos tiveram também a particularidade de consagrar o jogador dinamarquês Poul-Erik Hoyer-Larsen como primeiro atleta europeu a vencer uma medalha de ouro na variante de singulares homens.
Por três ocasiões, Portugal conseguiu o apuramento e esteve representado nos Jogos Olímpicos. Em Barcelona através de Fernando Silva e Ricardo Fernandes e em Sidney e Atenas através de Marco Vasconcelos.
Presentemente a Federação Portuguesa de Badminton, encontra-se sediada na cidade das Caldas da Rainha, existindo onze Associações Regionais as quais cobrem praticamente todo o território Nacional (www.fpbadminton.pt).
O Badminton pratica-se em 5 variantes, Singulares Homens, Singulares Senhoras, Pares Homens, Pares Senhoras e Pares Mistos. Cada partida é composta de 2 jogos (Sets) ou 3 jogos no caso de se verificar um empate no fim dos dois primeiros. Cada jogo (Set) é disputado até aos 15 pontos (Singulares Homens e Pares) e até aos 11 pontos (Singulares Senhoras). No decorrer dos jogos e caso se verifique uma igualdade a 14 pontos (Singulares Homens e Pares) e a 10 pontos (Singulares Senhoras) poderão ser pedidos 3 pontos extras e os jogos terminarem aos 17 e aos 13 respectivamente.


Fonte:História do Badminton

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